Tema: Evolução da Gestão da Qualidade e a Revolução da Qualidade e seus Principios.
A
evolução do programa de qualidade nas empresas
INTRODUÇÃO
O cenário que se desenha no início do
século XXI aponta para uma completa revolução organizacional, no sentido de que
as organizações estão operando cada vez mais sob a forma de gestão de qualidade
dinâmicas e abertas. A qualidade dos serviços e produtos viabilizados pela
complementaridade de múltiplas atividades e pela comunhão de valores e
princípios, no seu conjunto constitui verdadeiros ecossistemas, onde seus
integrantes, conscientes de sua interdependência, investem também
significativamente na qualidade de suas relações. Esse processo, aliado às
possibilidades que o desenvolvimento das tecnologias da informação e da
comunicação proporciona, permite que se vislumbre uma nova era para as organizações.
Estas se tornam agentes de desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade em
bases verdadeiramente sustentáveis, contemplando simultaneamente os aspectos
econômicos, sociais, tecnológicos e ambientais. A
Qualidade total é uma abordagem de gestão da onde procura maximizar a
competitividade da organização por meio da melhoria contínua da qualidade de
seus produtos, serviços, pessoas, processos e ambientes, em toda a organização. Este
trabalho pretende apresentar e identificar práticas que demonstrem as
diferentes fases evolutivas dos programas de qualidade nas organizações da
Gestão da Qualidade como uma ferramenta para a melhoria dos resultados
empresariais. Para atingir o objetivo proposto, faz-se um breve histórico da
Administração da Qualidade, desde seu início nos Estados Unidos até a sua
propagação pelo mundo oriunda do Japão. Pretende-se definir a essência
apresentando-a da forma mais ampla possível, como uma filosofia de gestão
qualidade. A partir deste ponto, relatar todos os parâmetros sobre a
Administração da Qualidade desde seus aspectos históricos, conceitos
fundamentais e princípios. Por fim, são identificadas e desenvolvidas relações
existentes entre algumas das principais ferramentas de gestão da atualidade e
sua administração nas organizações.
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE AO LONGO DO TEMPO
O homem desde seu passado mais remoto,
ainda nas cavernas, aprendeu a buscar a qualidade como forma de garantir sua
sobrevivência por mais tempo com segurança e conforto, apesar da vida
primitiva. Paladini (1995:32) afirma que a "preocupação com a qualidade
remonta às épocas antigas, embora não houvesse, neste período, uma noção muito
clara do que fosse qualidade". A qualidade estava consagrada na
arquitetura, na literatura, nas artes, na Matemática. Armand V. Feigenbaum foi o primeiro a propor em 1956, o conceito de
Controle Total da Qualidade. Ele afirma que a qualidade é um trabalho de todos
da organização. Propõe a criação do sistema da qualidade, onde a alta gerência
é a responsável. A afirmação de que a preocupação com a qualidade é
antiga, parece ser um consenso entre os estudiosos do tema. Juran (1990:2), por
exemplo, expõe que "as necessidades humanas pela qualidade existem desde o
crepúsculo da história". Entretanto, os meios para obter essas necessidades
- os processos de gerenciamento para a qualidade - sofreram imensas e contínuas
mudanças. Garvin (1992) entende que a qualidade é conhecida, como conceito, há
milênios. A Gestão da
Qualidade Total ou Total Quality Management (TQM) foi uma prática de gestão
bastante popular nas décadas de 1980 e 1990 nos países ocidentais. Os conceitos
dessa prática, desenvolvidos inicialmente por autores norte-americanos, como
Deming, Juran e Feigenbaum, nas décadas de 1950 e 1960, encontraram no Japão o
ambiente perfeito para o seu desenvolvimento durante os anos que se seguiram.
No início da década de 1980, o mundo voltava sua atenção para o elevado grau de
competitividade alcançado pelas principais indústrias japonesas, cujos produtos
chegavam com excelente qualidade e preços relativamente baixos nos principais
mercados consumidores do mundo ocidental, passando a constituir uma ameaça para
as suas economias. Garvin define quatro diferentes “eras da qualidade”: da
inspeção; do controle estatístico da qualidade; da garantia da qualidade; e da
administração estratégica da qualidade. Embora o autor tome por base a
indústria norte-americana, os conceitos podem ser transpostos para outros
países com alguma mudança nas datas de ocorrência. A era da inspeção tem início
simultaneamente à de produção em massa. Antes disso, nos séculos XVIII e XIX,
predominava a produção artesanal, em que as peças de um determinado produto
eram ajustadas manualmente umas às outras por artesãos qualificados, sendo a
inspeção final de qualidade uma atividade informal e, na prática, descartável.
Nesta época, a qualidade percebida pelos clientes era uma função dos atributos
de desempenho, utilidade e durabilidade do produto e era atribuída aos
artífices qualificados. O
conceito de Qualidade foi primeiramente associado à definição de conformidade
às especificações. Posteriormente o conceito evoluiu para a visão de Satisfação
do Cliente. Obviamente a satisfação do cliente não é resultado apenas e tão
somente do grau de conformidade com as especificações técnicas, mas também de
fatores como prazo e pontualidade de entrega, condições de pagamento,
atendimento pré e pós-venda, flexibilidade, etc. Paralelamente a esta evolução
do conceito de Qualidade, surgiu à visão de que o mesmo era fundamental no posicionamento
estratégico da empresa perante o Mercado. Pouco tempo depois percebeu-se que o
planejamento estratégico da empresa enfatizando a Qualidade não era suficiente
para seu sucesso. O conceito de satisfação do cliente foi então estendido para
outras entidades envolvidas com as atividades da Empresa. O termo Qualidade
Total representa a busca da satisfação, não só do cliente, mas de todos os
processos de serviço e também da excelência organizacional da empresa.
VANTAGENS ESPECÍFICAS DA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL
O século
XX foi conhecido como o século da produtividade. Devido ao desenvolvimento
tecnológico, houve aumento significativo da produtividade em todos os setores
das economias modernas. A preocupação com a qualidade se acentuou no último
quarto do século XX e será ainda mais importante no século XXI. Muitas
programas de qualidade foram implementados e é crescente o número de pessoas
que reconhecem a importância de implementar sistemas de gestão baseados em
programas de qualidade. A importância dado ao gerenciamento da qualidade poder
ser visto pelo crescente número de empresas certificadas no padrão ISO 9000,
uma das principais filosofias de gestão da qualidade. O princípio
de administração da qualidade é uma regra ou crença abrangente e fundamental,
para a liderança e operação de uma organização, visando melhorar continuamente
seu desempenho em longo prazo, focalizando os clientes e ao mesmo tempo
atendendo às necessidades das demais partes interessadas. Os princípios da
Administração da Qualidade são:
Princípio 1 – Organização Focada no
Cliente
As organizações dependem de seus
clientes e, portanto, deveriam entender as necessidades atuais e futuras,
atender os requisitos e se esforçarem para exceder as expectativas dos seus
clientes. Benefícios da aplicação desse Princípio para: A gestão operacional –
melhorando o desempenho da organização a fim de atender as necessidades dos
clientes.
Princípio 2 – Liderança
Líderes estabelecem a unidade de
propósitos e a direção da organização. Eles deveriam criar e manter um ambiente
interno no qual as pessoas possam se tornar plenamente envolvidas no alcance
dos objetivos da organização. Benefícios da aplicação desse Princípio para: A
gestão operacional, dando poder e envolvendo as pessoas para alcançar os objetivos
da organização;
Princípio 3 – Envolvimento de Pessoas
Pessoas de todos os níveis é a essência
de uma organização e o pleno envolvimento delas permite que suas capacidades
sejam usadas para o benefício da organização. Benefícios da aplicação desse
Princípio para: A gestão operacional, pessoas sendo envolvidas em decisões
apropriadas e em processos de melhorias;
Princípio 4 – Enfoque de Processo
Um resultado desejado é alcançado mais
eficientemente quando as atividades e recursos relacionados são gerenciados
como um processo. Benefícios da aplicação desse Princípio para: A gestão
operacional; a adoção do enfoque de processos para todas as operações resulta
em custos mais baixos, prevenção de erros, controle da variabilidade, tempos de
ciclo mais curta e saídas mais previsíveis;
Princípio 5 – Enfoque Sistêmico para a
Gestão
Identificar, compreender e gerenciar um
sistema de processos inter- relacionados para um dado objetivo melhora a
eficácia e a eficiência da organização. Benefícios da aplicação desse Princípio
para: A gestão operacional – uma visão mais ampla da eficácia de processos a
qual conduz ao entendimento das causas de problemas e oportunas ações de
melhorias.
Princípio 6 – Melhoria Contínua
A melhoria contínua deveria ser um
objetivo permanente na organização.
Benefícios da aplicação desse Princípio
para: A gestão operacional envolvendo as pessoas da organização na melhoria
contínua de processos;
Princípio 7 – Enfoque Factual para a
Tomada de Decisão
Decisões eficazes são baseadas em
análises de dados e informações.
Benefícios da aplicação desse Princípio
para: A gestão operacional informações e dados são a base para a compreensão do
desempenho de sistemas e processos para orientar as melhorias e prevenir
problemas futuros.
Princípio 8 – Relacionamento Mutuamente
Benéfico com o Fornecedor
Uma organização e seus fornecedores são
interdependentes, e um relacionamento mutuamente benéfico aumenta a capacidade
de ambos criarem valor. Benefícios da aplicação desse Princípio para: A gestão
operacional criando e gerenciando relacionamentos com fornecedores para
garantir fornecimentos sem defeito, dentro dos prazos, e confiáveis.
VANTAGENS OBTIDAS PELAS EMPRESAS QUE ADOTAM ESSAS PRÁTICAS EM SEUS PROCESSOS
O melhor reconhecimento que uma empresa
pode ter é, sem dúvida, aquele que parte do cliente, especialmente quando ele
volta satisfeito para consumir novamente seus produtos ou serviços. É o cliente
quem ajuda o prestador de serviços a aprimorar-se toda vez que o elogia sugere
ou critica o serviço que experimenta.
A adoção do sistema de gestão da
qualidade gera confiança na capacidade de seus processos e cria uma base para a
Melhoria Continua. A empresa que opta pela gestão da qualidade estará em
melhoria constante, o que aumenta a satisfação e confiabilidade dos clientes
(internos e externos), conseqüentemente fortalece a imagem da empresa, pois
você terá um produto ou serviço profundamente melhorado. Este é um dos fatores
que garante que seus produtos ou serviços são seguros em termos de saúde do
consumidor.
Com a utilização dessa ferramenta ocorre
um acentuado decréscimo de recursos desperdiçados, pois quanto mais cedo
encontrar um defeito, menor será o custo da produção, a prevenção é mais barata
que a detecção. Com isso há uma oportunidade de aumentar o lucro da empresa.
A gestão da qualidade também traz
benefícios para os clientes internos (funcionários), pois com sua implantação
há um aumento da capacidade de comunicação, melhor trabalho em equipe,
proporciona melhoria no conforto e bem estar dos trabalhadores, menor risco de
acidentes de trabalho, conseqüentemente os funcionários irão trabalhar mais
motivados.
No competitivo mercado que as empresas
estão inseridas a utilização da gestão da qualidade é uma grande vantagem
concorrencial, pois segundo COLTRO (1996) “Uma empresa diferencia-se de seus
competidores quando prova algo único que é valorizado pelo cliente, além de
oferecer este algo a um preço aceitável”.
A empresa que utiliza a ferramenta Gestão
da Qualidade se destaca das demais no mercado, além de ter uma oportunidade de
expansão dentro do contexto onde está inserida.
CONCLUSÃO
Uma
administração real de qualidade total numa organização passa não
circunstancialmente, mas fundamentalmente, por uma mudança da cultura
organizacional e de gestão dos recursos humanos que gerem coerência e
confiabilidade. A valorização do ser humano no âmbito das organizações,
reconhecendo sua capacidade de resolver problemas no local e no momento em que
ocorrem, e busca permanentemente a perfeição, precisa ser entendida como uma
nova maneira de pensar, antes de agir e produzir. Implica uma mudança de
postura gerencial e uma forma moderna de entender o sucesso de uma organização.
É uma nova filosofia gerencial que exige mudanças de atitudes e de
comportamento. Essas mudanças visam ao comprometimento com o desempenho, à
procura do autocontrole e o aprimoramento dos processos. As relações internas
tornam-se mais participativas, a estrutura mais descentralizada, e muda o
sistema de controle, não se faz uma mudança organizacional desse porte para se
obter melhorias na qualidade somente. Só se faz algo desse porte se de fato a
empresa e sua alta administração acreditam ser essa a forma mais adequada de
gestão para se obter um grupo coeso em torno de objetivos, sem métodos coercitivos
e com perspectivas de sustentabilidade durante e no decorrer do tempo. Uma
empresa, quanto mais descentralizada for, mais precisará de um estilo gerencial
que possibilite, crie as condições materiais e, principalmente morais, para que
o conhecimento de cada um possa ser colocado à disposição da empresa em todas
as circunstâncias do dia-a-dia na busca da melhoria constante da qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PALADINI, Edson P. Gestão estratégica da qualidade: princípios,
métodos e processos. São Paulo: Atlas 2008.
BATISTA, F.F. A gestão da qualidade total na escola (GQTE):
novas reflexões Brasília: IPEA, 1994 (RI IPEA/CPS, n. 32/94)
LONGO, R.M.J. A revolução da qualidade total: histórico e modelo
gerencial. Brasília: IPEA, 1994 (RI IPEA/CPS, n.31/94)
SILVA, João M. O ambiente da qualidade. Belo Horizonte: Fundação
Christiano Ottoni, 1996.
FERREIRA, Valdivina A. As principais vantagens da utilização da
Gestão da Qualidade pelas empresas como diferencial competitivo. 2009.
Disponível em: . Acesso em: 8 março 2010.
A
revolução japonesa no gerenciamento da qualidade
Thiago
Fernandes Oliveira de Lima, 0401031-1
1.A História do Controle da Qualidade
O controle
da qualidade moderno teve seu inicio na década de 1930, nos EstadosUnidos,
com a aplicação industrial do consagrado gráfico de controle criado por Walter
A.Shewhart na empresa de telefonia “Bell Telephone Laboratories”. Em memorando
datado de16 de maio de 1924, o Dr. Shewhart propôs o seu gráfico de controle
para análise de dadosresultantes de inspeção, fazendo com que a importância
dada à inspeção,um procedimento baseado na detecção e correção de produtos
defeituosos, começasse a ser substituída por umaênfase no estudo e prevenção dos problemas relacionados à qualidade, de modo a impedir queos produtos defeituosos fossem produzidos. A partir da revolução industrial, com odesenvolvimento
de ferramentas de trabalho e dos sistemas de unidades de medida, tanto naInglaterra Dole B.G e Plunkett, J.J.1990(apud,
Barçante, 1998) o controle de qualidadetambém
foi adotado relativamente cedo na Inglaterra.Em 1935, os trabalhos sobre
controle da qualidade do estatístico E. S. Person foramutilizados como base
para elaboração dos Padrões Normativos Britânicos (“British StandardBS 600” ). Os Estados Unidos
naquela época os procedimentos para o controle da qualidadeforam publicados sob
a forma de normas, conhecidas como “American War Standarts Z1.1 – Z1.3”.
Garvin, D. A. (1992) comenta que a qualidade evoluiu até nossos dias
principalmenteatravés de quatro Eras, dentro das quais a arte de obter
Qualidade assumiu formas especificas:
1.1 As
Eras da Qualidade Segundo Garvin
1.1.1 A 1ª
Era: da Inspeção No final do século XVIII e principio do século XIX, a
Qualidade era alcançadade uma forma muito
diferente que hoje em dia. A
atividade produtiva era basicamente artesanal e em pequena escala. Os
artesãos eram os responsáveis pelo produto
e pela qualidade final.O objetivo
nesta fase era obter qualidade igual e uniforme em todos os produtos e a
ênfase centrou na conformidade. Esta fase prevaleceu por muitosanos, não havia
uma análise critica das causas do problema ou dos defeitos.1.1.2 A 2ª Era: do Controle Estatístico da
Qualidade Na década de 1930, já saindo da Administração cientifica de
Taylor e Fayol eentrando na Escola das Relações Humanas de Elton Mayo, algunsdesenvolvimentos
significativos começaram a acontecer, entre eles o trabalho
pioneiro de pesquisadores para resolver
problemas referentes ã qualidade dos
produtos da Bell Telephone, nos Estados Unidos. Este grupo pioneiro daqualidade
era composto por: Walter A.Shewhart criador da Carta de Controleque foi aluno
do professor Clarence Irwin Lews com sua Teoria Pragmática
doConhecimento, Harold Dodge, Harry Romig, G.D. Edwards e,
posteriormente,Joseph Juran que dedicou esforços consideráveis em pesquisas que
levaram aosurgimento do Controle
Estatístico de Processos.1.1.3 A 3ª Era: da Garantia da QualidadeEntre
1950 e 1960 em plena atividade da Escola de Recursos Humanos e comtrabalhos de
Maslow, McGregor e Herzberg no estudo da motivação humana,vários trabalhos foram publicados no campo da qualidade. Mais umaferramenta foi criada a prevenção e as técnicas
foram além das ferramentasestatísticas,
incluindo conceitos, habilidades e técnicas gerenciais.Os quatro principais
movimentos que compõe esta era são: A quantificação doscustos da
qualidade; controle total da qualidade; As técnicas de
confiabilidade;
programa Zero Defeitos de P. Crosby.
1.1.4 A 4ª
Era: da Gestão da Qualidade Total: Gestão Estratégica da Qualidade(Total
Quality Management -TQM)Esta Era teve
inicio a partir da invasão no mercado americano dos produtos japoneses de alta
qualidade no final da década de 1970.
A Era da Gestão daQualidade Total ou Gestão é a
soma e conseqüência das três que a precederame está em curso até hoje, onde
sofreu uma alteração para Gestão Estratégica daQualidade, onde se posiciona dentro dos enfoques da moderna GestãoEstratégica de
Porter, Mintzberg, Prahalad & Hamel entre outros.A Figura 1apresenta a
evolução das quatro Eras da Qualidade segundo Garvin e o
Quadro1 apresenta uma síntese geral das Eras da Qualidade
e as respectivas relaçõescom outras áreas
do conhecimento.
2.A Evolução da Qualidade no Japão
O Japão é o
maior exemplo de sucesso e de melhoria de qualidade e produtividade.Uma história de competência, de poder de
realização e de sucesso.Durante longos anos o Japão se enclausurou
completamente, fechando suas portas parao mundo. Foi a chamada Era
Tokugawa que cobriu o período de 1603
a 1868. Nesse períodotem origem os grandes valores da
sociedade japonesa. Em 1853, os americanos invadiram a baía de Uraga e forçaram o Japão a abrir o seu comércio com outras
nações. Esse foi oestopim inicial de
um longo período de turbulência que culminou com uma guerra civilinterna
e diversos confrontos com outros povos em expansão. Os
conflitos internos e externossó terminaram com a chamada Revolução Meiji, restaurando o império, unificando einaugurando o
processo de modernização do país.Os sistemas feudalistas e dos samurais foram
extintos tendo o cuidado de preservar todos os valores da sociedade. A filosofia instituída no Japão foi: espírito japonês, tecnologiaocidental .A revolução
industrial japonesa durou cerca de quarenta anos. Teve como objetivo adefesa da
nação contra o avanço dos colonizadores europeus. A
indústria bélica teve um papelfundamental neste processo
de modernização, uma vez que contava com amplo subsídio dogoverno, favorecendo a formação dos chamados
Zaibatsu, inspiração para Willian Ouchiintitular seu livro Teoria Z, z
de zaibatsu, onde as principais empresas eram organizadas em pequenos grupos. Cada grupo era composto por mais
ou menos vinte a trinta grandesempresas, todas aglomeradas em torno de
um banco poderoso.Essas grandes empresas representavam cada um dos importantes setores industriais daeconomia, como empresas
de navegação, siderurgia, companhia de seguros, comércio, etc.Por outro lado,
ao redor de cada uma dessas grandes empresas, existia uma série de empresassatélites que fabricavam submontagens ou prestavam serviços que eram vendidosexclusivamente a um único cliente maior. É importante observar que essas
pequenas empresasnão
eram consideradas membros do grupo e por esta razão não desfrutavam da proteçãofinanceira
ou outros tipos de proteção oferecidos às grandes empresas. Esse modelo
constituíaum monopólio bilateral, onde as empresas satélites tinham somente um
cliente e a grandesempresas somente um fornecedor para cada um de seus insumos.
Por isso a importância da preservação de
valores como confiança, sensibilidade e sutileza, e outros.O desenvolvimento industrial é apenas o aspecto
visível que repousa sobre essesvalores que permaneceram. Um outro aspecto
importante a ser ressaltado, é que, apesar da
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figura formal do
Imperador, com a Revolução Meiji ascenderam ao poder os ex-samurais,que, na
falta de uma atividade militar, tornaram-se burocratas acumulando assim, algumaexperiência
administrativa. Esses ex-samurais
levavam consigo os valores distintivos de suaclasse:
compromisso com a educação, responsabilidade social, auto-respeito e devoção àtarefa que deviam cumprir.Externamente, o Japão adotou perante seus vizinhos uma atitude imperialista predatória a partir
de suas vitórias nas guerras contra a China e contra a Rússia, no início doséculo.Até
o meio do século XX, os produtos japoneses eram conhecidos como de
baixaqualidade e baratos, e não gozavam da reputação que têm hoje em dia. Naquela época, aqualidade no Japão era obtida através da
inspeção.Com o termino da Segunda
Guerra Mundial, o Japão era um país pobre, arruinadototalmente destruído. Dispunha apenas de um recurso, sua gente, sua poderosa força
humana,que levantou a nação e a colocou no topo do mundo
econômico. Havia um grupo de jovensempresário
que queriam se dedicar à construção de uma nova nação. O mundo conhece asmarcas destes empresários: Nikon, Sony, Toyota, Yamaha, Honda, entre outras, que setornaram
sinônimos ou benchmarking de qualidade.O
Japão perdeu a guerra militar, mas tem ganhado a guerra econômica de maneiraabsolutamente notável, a ponto de muitas nações e empresas ocidentais buscaremansiosamente
copiar o modelo japonês. Tentativa esta infrutífera para muitos países que nãoconseguiam perceber o invisível na sociedade
organizacional japonesa. Fatores quanto aevolução da Qualidade no Japão que de forma indireta influenciou muitos
países:
●
a
contribuição dos experts americanos W. E. Deming e J. Juran;
●
a criação e ação da japanese union of scientist and
engineers (juse);
●
a
padronização ampla dos produtos;
●
a ampla
comunicação e educação pública;
●
além dos
fatores acima outros contribuíram:
●
a
liderança e direção centralizadas;
●
envolvimento
e comprometimento da alta administração empresarial;
●
o desejo
de elevar a qualidade à condição de tópico de importância nacional;O Japão agregou valor ao conhecimento recebido do
ocidente e desenvolveu asseguintes
abordagens:
●
a
participação dos funcionários de todos os níveis da empresa.
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●
foco no
cliente, com uma cuidadosa atenção à sua definição de qualidade.
●
aprimoramento continuo(kaizen)
como parte do trabalho diário de todos osfuncionários.Pode-se sintetizar que o
aconteceu no Japão foi um grande e envolvente movimentoorganizado, através de um processo amplo difundido nas empresas japonesas, cujascaracterísticas fundamentais são as mesmas
apresentadas na Era da Gestão da Qualidade Total(TQM- Total Quality Management). Inicialmente conhecido no Japão como CWQC – Company Wide Quality Control e atualmente é
conhecido como TQC (Total Quality Control).
2.1
Controle de qualidade por toda a empresa – CWQC – O enfoque japonês
A partir do esforço de reconstrução do
pós-guerra, a indústria japonesa surpreende oocidente,
ganhando liderança em diversos setores, fortemente ligados a qualidade, que
setorna estratégia nacional de sobrevivência e competitividade. Enquanto que
antes da II -Guerra predominava a visão de que os produtos japoneses eram
baratos e ruins, a partir dadécada de 60 o Japão passa a ser modelo em
gerenciamento da qualidade. Surge no Japãoalguns
autores de impotência (Ishikawa, Kondo, Kusaba, Mizumo, etc.), que propõemdistinções
do enfoque ocidental, e batizam-no de Controle de Qualidade por Toda a
Empresa(CWQC, sigla do inglês: Company Wide Quality Control, também conhecido
no Brasil por CQAE - Controle de Qualidade
Amplo Empresarial). Observa-se que no Japão utiliza-secomo sinônimos as siglas CWQC e TQC.Pode-se citar
como importantes marcos deste desenvolvimento:
●
criação em 1946 da JUSE (Japanese Union of
Scientist and Engineers), entidade quese
torna o centro de difusão das atividades de controle da qualidade no Japão.
●
as visitas
ao Japão de Deming, em 1950 e Juran, em 1954, a convite da JUSE, que proferiram
palestras à alta administração das empresas sobre controle estatístico daqualidade e gerenciamento da qualidade, tendo
grande impacto;
●
a difusão
em massa dos conceitos da qualidade, através de séries de rádio (1956 e1962), televisão (1959) e textos vendidos em
bancas de jornais;
●
a criação dos CCQs (Círculo de Controle da
Qualidade), que são conceituados como:
"Um pequeno grupo de trabalhadores, de uma mesma área, formado paradesempenhar atividades de controle da
qualidade. Este grupo procura continuamenteo
desenvolver suas habilidades e resolver os problemas relativos a qualidade no
seu
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local de trabalho,
através do uso de técnicas de CQ (controle da qualidade) e da participação de todos os membros."
teve como importante instrumento de divulgação,a revista Gemba-to-QC (Controle da Qualidade
para encarregados), lançada em 1962.A partir da década de 60 tem grande difusão
entre as empresas japonesas o CWQC,cujas
principais características podem ser resumidas em seis itens:
●
TQC na empresa inteira com participação dos
empregados;
●
ênfase no
ensino e no treinamento;
●
atividades dos Círculos
de Controle da Qualidade (CCQ);
●
auditorias
de TQC, exemplificada pela auditoria do Prêmio Deming e pela auditoria
doPresidente;
●
aplicação
de métodos estatísticos;
●
promoção do TQC para a nação inteira.JURAN enfatiza quatro estratégias como
fundamentais na revolução japonesa daqualidade: duas já citadas (o treinamento em todos os níveis e a participação dostrabalhadores através do CCQ), sendo as demais:
●
participação
dos gerentes de alto nível, liderando pessoalmente a revolução;
●
empreendimento do aperfeiçoamento da qualidade como um processo continuo("Kaizen").O entendimento do CWQC se completa com mais
alguns elementos, destacando-se:
●
o
envolvimento dos fornecedores no processo de Qualidade Total;
●
a adoção de sistemas de produção Just-in-time,
filosofia de gerenciamento integradada
produção, de altissíma produtividade e flexibilidade, cujo princípio básico é aalocação
de recursos financeiros, materiais, equipamentos e de mão-de-obra somentena
quantidade necessária e no tempo requerido para o trabalho em combinação com
oTQC;
●
garantia
da qualidade centrada no desenvolvimento de novos produtos.Segundo PICCHI (1993), observa-se que: O conceito
de garantia da qualidade dos japoneses é diferente do conceito ocidental, estando centrado no cliente, e não nademonstração. A norma JIS Z 8101, da JAPANESE
STANDAR ASSOCIATION (1981)define como: "as atividades sistemáticas
cumpridas por um produto para garantir que aqualidade requerida pelo
consumidor é completamente satisfeita". ISHIKAWA (1986) define
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garantia da qualidade
como: "oferecimento da garantia de modo que o consumidor possatranqüilamente adquirir, utilizar e manter a satisfação de uso por um longo período".
Segundoeste autor, a garantia da qualidade no Japão
passou por três estágios: a) garantia da qualidade; b) garantia da qualidade
centrada no controle do processo; c) garantia da qualidade centradano
desenvolvimento de novos produtos (incorporação da
qualidade no projeto e no processo).CWQC – Controle da Qualidade por toda a Empresa
●
Gerentes
de alto nível liderando pessoalmente a revolução da Qualidade
●
Controle
da Qualidade Total na empresa inteira com participação dos empregados
●
Ênfase na
educação e treinamento
●
Círculo de Controle da Qualidade - CCQ
●
Métodos
Estatísticos
●
Aperfeiçoamento contínuo
da Qualidade - "Kaizen"-
●
Envolvimento
dos fornecedores no processo de Qualidade Total
●
Sistema de produção Just-in-time
●
Garantia
da Qualidade centrada no desenvolvimento de novos produtos
●
Incentivo através de prémios e auditorias da
Qualidade (ex. prêmio Deming e aAuditoria do Presidente)
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3.Gurus da Qualidade que ajudaram o Japão a se estabelecer como referência emQualidade3.1 O Método
Ishikawa-Kaoru IshikawaO Nobre da Qualidade Japonesa
Kaoru Ishikawa foi o nobre japonês da Qualidade. Desde 1946 já estudava e pesquisava a
Qualidade nas empresas japonesas. Definiu sete
ferramentas como instrumentosfundamentais de auxílio nos
processos de controle da qualidade, podendo ser utilizadas por qualquer
trabalhador. Ishikawa redefiniu o conceito de cliente e criou os famosos
círculos decontrole da qualidade -CCQ.Ishikawa
é a figura mais importante no Japão na defesa do controle da qualidade,Kaoru
recebeu muitos prêmios em sua vida, incluindo o Prêmio Deming e a Segunda Ordemdo Tesouro Sagrado, uma altíssima honraria do
governo japonês.As sete ferramentas básicas de Ishikawa são: Gráfico de
Pareto, Diagrama de Causa eEfeito, Histograma, Folhas de Verificação, Gráficos
de Dispersão, Fluxogramas e Cartas deControle.Assim como a indústria se desenvolve e o nível acompanhando o processo deevolução da sociedade.Alguns benefícios básicos
da filosofia de Ishikawa:1.A qualidade começa e termina com a educação.2.O primeiro passo na qualidade é conhecer as especificações do cliente.3.O
estado ideal do Controle da Qualidade é quando a inspeção
não é mais necessária.4.Remova a causa principal e não os sintomas.5.Controle de Qualidade é responsabilidade de todos os
trabalhadores e de todas asdivisões.6.Não confunda os meios com os objetivos.7.Coloque a qualidade em primeiro lugar
e estabeleça suas perspectivas de longo prazo.8.O marketing é a entrada e saída da qualidade.9.A
alta gerência não deve mostrar reações negativas quando os fatos foremapresentados pelos subordinados.10.Noventa
e cinco por cento dos problemas na empresa podem ser
resolvidos pelas seteferramentas
do Controle de Qualidade.11.Dados sem a informação da sua dispersão são dados falsos - por exemplo, estabelecer
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a média sem fornecer
o desvio padrão.
3.2 W.
Edwards Deming
Nascido em 14
de outubro de 1900, falecido em 1993, foi engenheiro, estatístico,mestre
e doutor e considerado como o precursor, ou ainda, o pai do Controle
Estatístico deQualidade do novo Japão. É autor de centenas de trabalhos
técnicos e oito livros sendo quetodos ligados ao C.E.Q.. No ano de 1949, Deming
foi convidado a ir ao Japão e através de palestras e cursos, omesmo ofereceu aos japoneses as ferramentas
necessárias para seu desenvolvimento.O Dr. Deming foi condecorado em
nome do Império japonês com a ordem do TesouroSagrado em reconhecimento pelo seu trabalho na busca da melhoria da Qualidade e produtividade dos produtos japoneses através dos
métodos estatísticos. Em homenagem aisso, foi instituído o prêmio Deming
com o propósito de perpetuar a colaboração e a amizadedo Dr. Deming para o desenvolvimento e a disseminação do C.Q. no
Japão.14 Tópicos Gerenciais de Deming:1.Criar constância
de propósitos a fim de melhorar produtos e serviços para
tornar-se emanter-se
competitivo.2.Adotar a nova filosofia em direção a materiais defeituosos, métodos inadequados,máquinas ruins e mão de
obra inadequada.3.Cessar dependência da inspeção.4.Acabar com a prática de trabalhar baseando-se nos preços.5.Descobrir problemas - isto é trabalho de gerenciamento contínuo no sistema.6.Instituir métodos modernos de treinamento no trabalho.7.Instituir métodos modernos de supervisão dos operários da produção.8.Dirigir sem receio; só assim todos trabalharão efetivamente para a companhia.9.Derrubar barreiras entre departamentos - desenvolver um time integrado.10.Eliminar
metas, posters, slogans, etc., para a força de trabalho,
perguntar por novosníveis de produtividade sem criar
métodos.11.Eliminar operações de trabalho por cota.12.Remover barreiras que estejam entre
trabalhadores e os seus direitos como homem.13.Instituir
um vigoroso programa de educação e reciclagem global.14.Criar uma estrutura na alta cúpula que atue todos os dias nos 13 tópicos acima.
4.Referências Bibliográficas
●
FABRICIO, M.M. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DA QUALIDADE.Disponível em < http://www.eesc.usp.br/sap/grad/disciplinas/SAP506/hist.doc>.Acesso em 09/06/2008.
●
FAVA, R. Produtividade - O exemplo japonês. Disponível em <http://www.mmrbrasil.com.br/artigos/03.pdf
>. Acesso em 09/06/2008.
Passando pra marcar presença!!!
ResponderExcluirÉ isso ai .... rsrsss ...
ResponderExcluirTamu juntu fundão ...
ResponderExcluirCristina Ra: 1053015270
ResponderExcluirNenhum trabalho de qualidade pode ser feito sem concentração e sacrifício, esforço e dúvida.
Cristina Ra: 1053015270
ResponderExcluirÓtima pesquisa!
Nenhum trabalho de qualidade pode ser feito sem concentração e sacrifício, esforço e dúvida.
OK, muito bom...
ResponderExcluirParabens para o grupo!!!
ResponderExcluirGostaria de parabenizar a iniciativa de criação do BLOG, bem como os trabalhos apresentados.
ResponderExcluirFicou legal esta pesquisa.
ResponderExcluirBoa pesquisa!
ResponderExcluirPessoal, este BLOG é nosso, pena que demoramos muito para entender a necessidade de se comunicarmos online.
ResponderExcluirAgradeço a "Todos" que vem participando e divulgando esta ferramenta.
Parabens ao professor Roberto pela iniciativa de criação do BLOG, com este link integramos a classe em tão pouco tempo.
Parabens!
...demoramos, mais nunca é tarde...e assim vamos nos comunicando.
ResponderExcluirparabens otimo conteudo e bom trabalho
ResponderExcluirOtimo!!!!
ResponderExcluirum exemplo de pesquisa
ResponderExcluirbom trabalho
ResponderExcluirFicou muito bom!!!
ResponderExcluirBoa pesquisa!!!!
ResponderExcluirMuito bom!!
ResponderExcluir