Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade
Tema: Controle estatístico do processo
Introdução
Para entendermos a importância do CEP- controle
estatístico do processo, uma das ferramentas da qualidade, sua eficiência e
eficácia, é importante entendermos primeiramente a abrangência do conceito de
qualidade e sua aplicação nas organizações e na vida das pessoas.
A qualidade não deve ser mais concebida como um ato
isolado ou “departamento específico”, mas deve ser uma concepção de pensamento
e atitude a ser praticada em todos os processos organizacionais.
Não podemos atuar com qualidade sem falar da
renovação dos valores pessoais e da organização, do alinhamento com a
estratégia, do desenvolvimento da liderança, do alinhamento com modelos
organizacionais, da geração de resultados em curto, médio e longo prazo, da
adequação à realidade emergente, da participação de todos os níveis
organizacionais, da política ganha- ganha, da realização pessoal e busca
incansável de propósito em todas as ações, da contribuição com a sociedade, da
quebra de paradigmas, do enfoque técnico para o enfoque holístico, das medições
de desempenho, do estabelecimento de objetivos e metas, da sua relação com a
cultura corporativa e de tantas outras relações. A qualidade não é mais somente
uma questão de técnica, é uma questão de princípios que renovam o pensamento
organizacional por meio dos indivíduos.
Portanto, as ferramentas da qualidade podem ser úteis
ou não, tudo vai depender, resumidamente, de quem, como, em que contexto e com
qual propósito será utilizada.
História e evolução
A noção de administração da qualidade total foi
introduzida por Feigenbaum, em 1957. Mas recentemente tem sido desenvolvida por
meio de várias abordagens amplamente conhecidas, introduzidas por vários
estudiosos da qualidade como Deming, Juran, Ishikawa, Taguchi e Crosby.
A evolução dos conceitos e da própria abrangência da
qualidade pode ser observada conforme a Figura 1. A seguir algumas das
características de cada fase de evolução:
• Inspeção: o objetivo desta fase era a constatação e
a retificação de erros. O funcionário inspecionava o produto um a um;
• Controle de Qualidade: métodos estatísticos,
desempenho do processo e padrões de Qualidade são estabelecidos. Inspeção em
determinadas peças ou lotes;
• Garantia da qualidade: sistemas de qualidade, custo
da qualidade, solução de problemas e planejamento da qualidade;
• Gestão da qualidade total: envolve a organização,
estratégia da qualidade, trabalho em equipe, empowerment dos funcionários,
clientes e fornecedores.
Observando os aspectos de cada fase da evolução da
qualidade podemos concluir que o aparecimento do controle estatístico do
processo ocorreu na fase do controle de qualidade e as ferramentas da qualidade
na fase da garantia da qualidade.
O controle estatístico do processo e
as ferramentas da qualidade
O controle estatístico do processo e as ferramentas
da qualidade têm um papel importantíssimo no gerenciamento da rotina do
dia-a-dia das organizações. Ela possibilita uma ação eficaz contra problemas e
dificuldades que as organizações apresentam durante todo o processo de
concepção de um produto ou serviço.
Para conciliar as diferentes visões de qualidade
podemos admitir que a qualidade seja a adequação do produto ou serviço ao uso
pretendido e às expectativas dos clientes. Assim, o uso da expressão “adequação
ao uso e às expectativas dos clientes” indica que há um processo com entradas e
saídas em que estão envolvidas as necessidades dos clientes, regulatórias e de
produto/operação.
O propósito de descrever a qualidade percebida pela
adequação ao uso e às expectativas dos clientes é podermos identificar lacunas
para diagnosticar problemas de qualidade e, assim, aplicar as ferramentas de
qualidade para seu monitoramento, melhoria e análise para solução de problemas.
Portanto, pode-se definir quatro lacunas de qualidade
sendo:
• Lacuna 1: a lacuna entre as especificações do
consumidor e as especificações das operações: A qualidade percebida pode ser
pobre pelo desalinhamento entre as especificações de qualidade internas do
produto e as especificações que são esperadas pelos consumidores. Para o
fechamento desta lacuna é necessário maior consistência entre especificação do
produto com especificações esperadas do consumidor por meio de uma ação,
principalmente, das competências de marketing, operações e desenvolvimento de
produtos/serviços;
• Lacuna 2: a lacuna conceito-especificação pode ser
percebida porque há um desalinhamento entre o conceito do produto ou serviço e
a forma como a organização especificou a qualidade do produto ou do serviço
internamente. Por exemplo, um produto alimentício barato e eficiente em sua
ação nutricional, mas a inclusão de um tipo específico de processo ou
matéria-prima pode ter agregado custos e ter tornado o produto menos eficiente
em termos do próprio conceito de alimento barato. Para o fechamento desta
lacuna é necessário um alinhamento entre conceito/projeto e especificação
internas por meio de uma ação, principalmente, das competências de marketing,
operações e desenvolvimento de produtos/serviços;
• Lacuna 3: a lacuna especificação de qualidade –
qualidade real consiste em uma diferença perceptível entre a qualidade real do
produto ou serviço prestado e suas especificações. Para o fechamento desta
lacuna é necessário garantir que o produto real seja igual ao especificado
internamente por meio de uma ação, principalmente, da competência de operações;
• Lacuna 4: a lacuna qualidade real - imagem
comunicada é uma distorção entre a comunicação externa da organização ou
entre a imagem de mercado e a qualidade real dos serviços ou produtos entregues
ao consumidor. Isso pode ser o resultado de a função de marketing estabelecer
expectativas inatingíveis nas mentes dos consumidores ou de as operações não
proporcionarem o nível de qualidade esperado pelos consumidores.
Para o fechamento desta lacuna é necessário que as
promessas feitas aos clientes possam ser cumpridas pelo pessoal da operação por
meio de uma ação, principalmente, da competência de marketing. A existência de
qualquer dessas lacunas é provável que resulte em uma qualidade percebida
pobre, portanto é importante que os executivos, gestores e líderes das
organizações utilizem técnicas e ferramentas da qualidade para auxiliá-los
nesta incansável busca da excelência.
O controle estatístico do processo
O controle estatístico do processo tem como idéia
base que um processo, para ser “excelente”, deve respeitar uma variação
controlada e dentro de padrões, possibilitando a garantia da qualidade do
produto por meio do controle de seu processo produtivo, possibilitando que a
inspeção por atributos tenha maior eficácia e que a qualidade possa ser
monitorada, principalmente, durante a produção. Estaremos abordando a
importância e alguns conceitos fundamentais deste método de controle de processo.
Cada vez mais se torna importante o controle
estatístico do processo, devido ao fato de processos como inspeção não
serem 100% eficazes como parece, uma vez que estaríamos inspecionando 100% do
que foi produzido. O problema é que um trabalho alienante de efetuar inspeções
repetitivamente em um mesmo tipo de produto leva o executor desta inspeção a
distração e a não mais observar os pontos importantes, deixando passar produtos
com problemas e, assim, comprometendo a qualidade no cliente final.
Uma segunda razão pela qual podemos dar importância
ao CEP é que ele ajuda a reduzir o número de produtos com defeito ou
erro, devido às melhorias que serão realizadas na linha de produção. Essas
melhorias ou correções são desenvolvidas por meio da utilização das
ferramentas da qualidade.
A implantação do CEP
Para a eficácia de implementação do CEP, podemos
recomendar as seguintes ações:
• O estabelecimento de uma equipe de implementação
multidisciplinar com profissionais de projetos, processos, qualidade, operação
e manutenção, possibilitando maior energia e uma visão mais abrangente do
processo e seus fatores de influência;
• Implementar inicialmente
uma inspeção por atributos, possibilitando a atividade de inspeção final.
Pode-se utilizar como referência a norma NBR 5426. Nem sempre é por meio de
mensuração por atributo que se pode avaliar a qualidade de um produto. Sua
aplicação é inicialmente recomendada e sua facilidade devido ao baixo custo e
sua facilidade de implementação;
• Determinar os limites de controle, pontos de
medição e capabilidade do processo produtivo. A capabilidade do processo é a
medida da aceitabilidade da variação do processo. A medida mais simples de
capabilidade (Cp) é dada pela razão entre a faixa de especificação e a variação
“natural” do processo (isto é, cerca de três desvios-padrão);
• Implementar os gráficos de controle para variáveis,
sendo o mais comum o gráfico para controlar a média da amostra (X) e outro
utilizado para controlar a variação dentro da amostra pela medida da faixa (R).
A faixa é utilizada porque é mais simples de ser calculada do que o
desvio-padrão da amostra. O estabelecimento dos limites de controle superior e
inferior varia conforme a variação da amostra, assim estabelecendo então os
pontos de controle do gráfico;
• Finalizando, a interpretação dos gráficos de
controle é muito importante, sendo a interpretação mais óbvia quando os pontos de
controle ultrapassam os limites superiores ou inferiores, porém, além disso,
outros pontos devem ser levados em consideração para efetuar investigação como
comportamento alternante do gráfico de um ponto acima e outro abaixo da média
de forma alternada, comportamento estranhamente muito próximo ou sempre na
média, dois pontos seguidos e próximos do limite de controle, cinco pontos em
seqüência acima ou abaixo da média, tendência aparente em um sentido de subida
ou descida e súbita mudança de nível com grande variação.
Portando, o controle estatístico do processo é uma
ferramenta extremante eficaz para o desenvolvimento da garantia da
qualidade.
Texto extraído de http://www.racine.com.br/portal-racine/alimentacao-e-nutricao/qualidade-de-alimentos/o-controle-estatistico-de-processo-e-as-ferramentas-da-qualidade.
Diagrama de Causa e Efeito
O
diagrama de causa e efeito foi desenvolvido para representar a relação entre
o "efeito" e todas as possibilidades de 'causa' que podem
contribuir para esse efeito. Também conhecido como diagrama de Ishikawa, foi
desenvolvido por Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1943, onde a
utilizou para explicar para o grupo de engenheiros da Kawasaki Steel Works
como vários fatores podem ser ordenados e relacionados. Porém, somente em
1962, J. M. Juran no QC Handbook "batizou" este diagrama como sendo
diagrama de Ishikawa.
É desenhado para ilustrar claramente as várias causas que afetam um processo, por classificação e relação das causas. Para cada efeito existem seguramente, inúmeras causas dentro de categorias como as 6 M’s: método, mão-de-obra, matéria-prima máquinas, mensuração e meio ambiente. Nas áreas de serviços e processos transacionais utilizam-se como categorias básicas: procedimentos, pessoas, ponto, políticas, medição e meio ambiente. Um diagrama de causa e efeito bem detalhado tomará a forma de um a espinha de peixe e daí o nome alternativo de diagrama espinha de peixe. A partir de uma definida lista de possíveis causas, as mais prováveis são identificadas e selecionadas para urna melhor análise, Quando examinar cada causa, observe fatos que mudaram, como por exemplo, desvios de norma ou dos padrões. Lembre-se de eliminar a causa e não o sintoma do problema. Investigue a causa e seus contribuidores tão fundo quando possível. Componentes
1- Cabeçalho: Titulo, data, autor {ou grupo de trabalho).
2- Efeito: Contém o indicador de qualidade e o enunciado do projeto (problema). É escrito no lado direito, desenhado no meio da folha. 3- Eixo central: Urna flecha horizontal, desenhada de forma a apontar para o efeito. Usualmente desenhada no meio da folha 4- Categoria: representa os principais grupos de fatores relacionados com efeito. As flechas são desenhadas inclinadas, as pontas convergindo para o eixo central 5- Causa: Causa potencial, dentro de urna categoria que pode contribuir com o efeito As flechas são desenhadas em linhas horizontais, aportando para o ramo de categoria. 6- Subcausa: Causa potencial que pode contribuir com urna causa específica. São ramificações de uma causa.
O
efeito, ou problema é fixo no lado direito do desenho e as influências ou
causas maiores são listadas de lado esquerdo.
Razões e benefícios Razões
Benefícios
Etapas
de análise
Definir o efeito: Algumas vezes. o efeito é um problema, como "erros em pedidos". Outras vezes é alguma coisa que necessita ser descrita em termos de qualidade. como "desenvolver o melhor treinamento em motivação gerencial". Gerar idéias: "Brainstorming" é urna maneira de um grupo gerar muitas idéias em um curto espaço de tempo. Identificar a principal categoria: Baseado na lista de idéias, gerar uma lista de categorias. Reduzir o número de categorias, se algumas são comuns a outras. Verificar se as idéias se ajustam dentro das categorias estabelecidas. O diagrama de causa e efeito não pode ter mais de Avaliar as idéias: A avaliação pode conter a explanação de idéias, o agrupamento das que estão fortemente relacionadas, ou sua eliminação. A avaliação visa aquele que deu a sugestão, porque a idéia agora pertence ao grupo. Projetar a folha para a coleta de dados: Baseado no diagrama de causa e efeito e nas causas potenciais do problema listadas nele, projete urna folha de coleta de dados para obter as informações para validar a causa real. Os diagramas de causa e efeito identificam apenas causas possíveis, somente os dados indicarão as causas reais. Quando o diagrama de causa e efeito é utilizado para fins de planejamento, concentre a atenção sobre um resultado desejado. A seta principal aponta para o que desejamos que aconteça e as setas menores dos ramos representam vários meios necessários para alcançar o resultado. |
Passei para marcar presença!
ResponderExcluirOi....
ResponderExcluirPresença!
ResponderExcluirPresença.
ResponderExcluirótima pasquisa. Ra 1053015270
ResponderExcluiroi...
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